sexta-feira, 21 de abril de 2017

Entender a função social do que fazemos.

As dificuldades enfrentadas no esporte refletem os nossos traços culturais como sociedade. No esporte fica clara a nossa falta de capacidade de pensar e agir coletivamente, realizar planejamentos de longo prazo, avaliar impacto e entender a função social do que fazemos.
Muitos de nós não compreendemos que nossa atuação profissional tem uma função social primordial e não se resume apenas em trabalhar para receber um salário. Se existem professores é porque precisamos de alguém para ajudar os alunos a entenderem o que realmente é fundamental na sua formação. Assim como os médicos que entendem o funcionamento do corpo e como estabilizá-lo quando algo o desequilibra. No esporte, a sua função social não é compreendida com tamanha clareza.
Por que queremos sediar os maiores eventos esportivos do mundo? Qual a razão em investir milhões de reais em patrocínios? Para que transmitir horas de competições e programas esportivos? Por que produzir tantos conteúdos sobre atividades esportivas? Será que tudo se resume só aos aspectos financeiros?
Então, por que ficar triste quando a seleção é eliminada na Copa do Mundo? Ou quando o Brasil está em 25º lugar no quadro de medalhas? Ou se seu time não está no G4?
É porque precisamos de inspiração para superar nossas barreiras diárias, necessitamos de ídolos que nos representem como nação, como time. Precisamos nos motivar a ter uma vida mais saudável e experimentar situações nos jogos e brincadeiras que nos permitirão assimilar valores fundamentais, que somente o esporte nos transmite. Esta é a função social do esporte, que muitas vezes passa despercebida.

Maurício Pinto, 42, é professor, Diretor de Desenvolvimento Econômico Estratégico no Instituto Pereira Passos e coordenador de projetos do Pacto do Rio.
Twitter @ProfMauriciorj. 
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